segunda-feira, abril 20, 2009

Gente que gosta de mim - tenho e sempre tive.

Diz adeus com as duas mãos como as crianças. A testa morna com o Sol da manhã e o seu perfume leve como a espuma do banho que não ardeu em lado nenhum.

E o brilho dessa luz que vinha nos olhos e nas tais mãos que eram duas mas eram poucas para o tamanho das saudades que já adivinhavas.

Um adeus com duas mãos – nunca terei nenhum como o teu.

Gente que gosta de mim – vou aproveitar enquanto ninguém percebe que não sou tão bom assim de merecer.

quinta-feira, abril 02, 2009

O velhote que rosnava.



Trailer de Gran Torino de Clint Eastwood.

É sempre bom recordar.

quarta-feira, abril 01, 2009

Álvaro - o que a todos está atento.


Faltam-me oito anos para a idade que o meu pai tinha quando morreu. Cada dia está mais perto desse casamento entre a minha idade e a estranheza que será recordá-lo com os meus anos ou mais novo.

Até agora pensei que a sua perda me tinha dado arcaboiço para enfrentar o tempo e as vicissitudes inerentes. Ri-me de quem se queixava de problemas, e da maior parte destes.

Vacinado.

Mas o tempo, sempre esse, tem-me mostrado alguns efeitos secundários. Ficar frio ou impávido começa a ser parecido. As lágrimas cavam os regos que dantes só apareciam quando sorria (acho até que as rugas servem para lhes facilitar o caminho da queda).

Vi um filme em que um velhote rosnava porque o mundo se juntava para o enervar. Tenho medo de ficar como ele, na pele e no desprezo. Eu pensava que sabia muito da vida e da morte, e aquele personagem também.