quinta-feira, agosto 31, 2006

No dia, se algum dia, te perder.

Não vou perceber porque hei de arranjar o canteiro. Vou riscar o meu nome sempre que o encontrar. Vou deixar estragar os dentes. Vou fazer festas ao vento que brinca na praia e que me enche o buraco que se internou na alma.

quarta-feira, agosto 30, 2006

- És tudo.

- Porquê?

- Vi uma estrela cadente e só agora é que me lembrei que podia ter pedido alguma coisa.
Vem aí o Outono.



Brevemente.

quarta-feira, agosto 23, 2006

De férias.

Tenho a vista cheia de coisas médias, fins de tarde com veleiros no horizonte, cervejas frescas, praias com areia boa, pessoas bonitas e feias a passear na areia molhada e sal nas costas antes de chegar à minha casa de poucos dias. As sensações são boas e não as trocava por nada, mas tenho pena que visualmente as férias sejam um bocadinho saloias. Servem para descansar e para percebermos como é interessante o resto do ano.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Nem sei por onde começar.

Despejaste aqui uma data de dias, sorrisos, imagens e dedos na boca que se estão a acotovelar, encavalitar e a tentar passar à frente uns dos outros. Está lançada a confusão, já vi sapatos sem dono, caras encarniçadas e punhos desapertados. Daqui a nada ainda se aleijam, raios os partam. Parecem as cadelas de Povos, tanto querem os filhos que os acabam por matar.

Como se o mundo acabasse amanhã! Quanto tempo levarão até perceber que a vida se arruma um bocadinho todos os dias?

quarta-feira, agosto 09, 2006

O teu atraso.



É uma cruz no ponto que me borda as veias.

Fotografia: Thierry Le Gouès

quinta-feira, agosto 03, 2006

To hell whith small literature

We want something redblooded

E.E.Cummings, 1935

Deve haver preocupação com os adjectivos e com os advérbios. Tem que se estudar a arrumação das palavras muito bem e estender as frases e os parágrafos de forma convincente. Eu não sei, mas preocupo-me muito mais com ideias do que com técnicas. Admiro muito mais um escritor do que um professor. Acho até que quem sabe escrever bem acaba muitas vezes por ser como um treinador de atletismo, que apesar de ensinar a correr muito, corre pouco.

Isto a propósito de ter ouvido na rádio uma poetisa dizer que precisava de fazer uma paragem porque a sua obra estava a ficar muito correcta mas a perder a força.

Fortes são os conteúdos de histórias como aquela em que a minha mãe estava a comer um bolo de arroz e a falar com a Ermelinda Coveira enquanto esta esfregava uma caveira de uma velhota com uma escova e sabão num alguidar.

- Não te faz confusão estares a comer enquanto eu lavo os ossos da Bininha?

- Mais ou menos, a mim faz-me confusão é irmos todos para aí.

As palavras são só palavras, mesmo que se atropelem ou vistam à pressa de vez em quando. O que acartam é que conta.

Fotografia: Thierry Le Gouès

quarta-feira, agosto 02, 2006

Silly season.

As coisas por aqui estarão em banho-maria até ao final de Agosto. Virei cá de vez em quando mas sem compromissos como os Amores de Verão, esses ardilosos.