quarta-feira, dezembro 30, 2009

Uma frase:

Embora fingir que estamos a fazer amor.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Excesso de virtude.

Estou à espera que o tempo passe e não há meio. Às vezes é a correr, outras é o diabo. O teu corpo é admirável sobre tantas vistas que só com o tempo ficarei descansado. Bem sei que o que vejo e sinto é só meu, mas nunca fiando.

Espero que a idade te roube a perfeição para não haver confusões. Antigamente era mais depressa, com o Sol e o vento a gastar a pele. Agora são os ares condicionados, os cremes e as cadeiras caras que atordoam esse consumo. A canseira que será até seres só para os meus olhos.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Is this real life?

quarta-feira, setembro 23, 2009

Este blogue não é lá muito poliamor (o que não tem mal nenhum). E, caso fosse, usava o crachá.

Percebe-se que este post foi escrito numa altura em que não há grande encanto à porta, certo?

Mas lá que é um belíssimo post, lá isso é.

terça-feira, setembro 01, 2009

Logo, durmo mais descansado.

Eu podia ser uma história má daquelas que se têm que repetir a toda a gente que aparece. Como um desastre em que toda a família quer saber pormenores.

Só que há um filho que se ri demasiadas vezes para ser infeliz. Sou capaz de me aguentar anos a fio para lhe encher os olhos de boas recordações. Para isso e para lhe dizer o que vale a pena, ou não, guardar lá de casa.

Logo, a minha vida tem que seguir com o aprumo de uma tesoura de alfaiate.

segunda-feira, agosto 17, 2009

Um homónimo que me agrada.

Isto é bom.

João Coração - Agarra em Mim

terça-feira, junho 23, 2009

Para mim, não há pai.

E, se de repente, começasse a dar valor às pequenas incongruências domésticas como na infância?

Porque é que o meu pai punha a carteira em cima do guarda-vestidos? Para que serve um esfregão arrumado por detrás do cano do bidé? E a gaveta das canetas e das agendas – aposto que estão lá porta-chaves de plástico, relógios sem pilha e moedas que já não valem o que valiam. Se quiser, posso limpá-las com vinagre que ficam novas outra vez.

Afinal a minha mãe continua a fazer bainhas como ninguém e o Sol no quintal continua a pôr-se a jeito para jogar à bola. Só que agora sou eu que fico no lado do pai, com um portão, pouco mais pequeno que uma baliza a sério, para defender.

segunda-feira, abril 20, 2009

Gente que gosta de mim - tenho e sempre tive.

Diz adeus com as duas mãos como as crianças. A testa morna com o Sol da manhã e o seu perfume leve como a espuma do banho que não ardeu em lado nenhum.

E o brilho dessa luz que vinha nos olhos e nas tais mãos que eram duas mas eram poucas para o tamanho das saudades que já adivinhavas.

Um adeus com duas mãos – nunca terei nenhum como o teu.

Gente que gosta de mim – vou aproveitar enquanto ninguém percebe que não sou tão bom assim de merecer.

quinta-feira, abril 02, 2009

O velhote que rosnava.



Trailer de Gran Torino de Clint Eastwood.

É sempre bom recordar.

quarta-feira, abril 01, 2009

Álvaro - o que a todos está atento.


Faltam-me oito anos para a idade que o meu pai tinha quando morreu. Cada dia está mais perto desse casamento entre a minha idade e a estranheza que será recordá-lo com os meus anos ou mais novo.

Até agora pensei que a sua perda me tinha dado arcaboiço para enfrentar o tempo e as vicissitudes inerentes. Ri-me de quem se queixava de problemas, e da maior parte destes.

Vacinado.

Mas o tempo, sempre esse, tem-me mostrado alguns efeitos secundários. Ficar frio ou impávido começa a ser parecido. As lágrimas cavam os regos que dantes só apareciam quando sorria (acho até que as rugas servem para lhes facilitar o caminho da queda).

Vi um filme em que um velhote rosnava porque o mundo se juntava para o enervar. Tenho medo de ficar como ele, na pele e no desprezo. Eu pensava que sabia muito da vida e da morte, e aquele personagem também.

terça-feira, março 17, 2009

How does it feel?



Bob Dylan em 1966, numa interpretação daquela que é considerada por muitos como a melhor canção escrita até hoje Like a Rolling Stone.

Não é bonito nem canta bem, mas o que tinha dentro fez estes 8 minutos imortais.

segunda-feira, março 16, 2009

Emblemático.

O meu pai morreu há muitos anos. Entre as recordações que guardo está uma frase, que na altura não valorizava, mas que todos os dias vai crescendo de significado.

Quando morrer vou deitado.

No dia da fatalidade, a minha mãe desvendou-a:
Pronto. Agora os problemas do mundo já não o aborrecem mais.

E foi isto, e é isto que também me vai fazendo sorrir.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

A arte da fuga.


Admiral Graff Spee

Existem dois tipos de pessoas, as que seguem os ensinamentos do livro de Sun Tzu - A Arte da Guerra, e as que, como eu, seguem a arte da fuga (em letras minúsculas como a aparente falta de dignidade do título).

Os do livro dos valentes sabem ao que vão, de peito igual aos dos heróis dos filmes. Os dos meus nunca sabem como acaba o que os envolve. Não gosto de gostar de fugir. Preferia encarar a ignorância e o insulto com a leveza sobrevalorizada da coragem. Ao invés, lá vou com a minha mania e com todos os torpedos por desembrulhar. Mais valia cilindrar com a verdade quem me aparecesse pela frente. Disparar e afundar sem piedade os argumentozinhos de algibeira como alguns couraçados alemães.

A arte da fuga, tenho uma posição general nesta disciplina.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Numa conversa com um tio muito doente:

- Então tio, como é?

- Olha é como de costume, para a frente é que é o caminho.
Registo.



Alguém, em casa a tocar Bodies dos Smashing Pumpkins.

Amadores ou Amadoras, bem-vindos aos dias de primavera.

Cast the pearls aside of a simple life of need
Come into my life forever
The crumbled cities stand as known
Of the sights that you have been shown
Of the hurt you call your own

Love is suicide

The empty bodies stand at rest
Casualties of their own flesh
Afflicted by their dispossession
But nobody's ever knew
No bodies
Nobody's felt like you
No bodies

Love is suicide

Now we drive the night to the ironies of peace
You can't help deny forever
The tragedies reside in you
The secret sights hide in you
The lonely nights divide you in two
All my blisters now revealed
In the darkness of my dreams
In the spaces in between us
But nobody's ever knew
No bodies
Nobody's felt like you
No bodies

Love is suicide