terça-feira, junho 23, 2009

Para mim, não há pai.

E, se de repente, começasse a dar valor às pequenas incongruências domésticas como na infância?

Porque é que o meu pai punha a carteira em cima do guarda-vestidos? Para que serve um esfregão arrumado por detrás do cano do bidé? E a gaveta das canetas e das agendas – aposto que estão lá porta-chaves de plástico, relógios sem pilha e moedas que já não valem o que valiam. Se quiser, posso limpá-las com vinagre que ficam novas outra vez.

Afinal a minha mãe continua a fazer bainhas como ninguém e o Sol no quintal continua a pôr-se a jeito para jogar à bola. Só que agora sou eu que fico no lado do pai, com um portão, pouco mais pequeno que uma baliza a sério, para defender.