
Gosto de procurar sonhos como se os meus não chegassem. Sou capaz de fazer uma história boa e uma má de todos os estranhos que cruzo como se eles não as tivessem já.
Passo por um divertimento de feira abandonado e paro. Há foguetões com luzes, uma por cada gargalhada de criança apanhada ao céu. Cabelos selvagens, farturas e carabinas de plástico. Poeira nos sapatos e tiros de pólvora húmida pelas lágrimas do balão largado.
Nunca vi tantos sonhos juntos. Por ali, ao Deus dará, desprezados e abandonados à sorte dos primeiros anos. Esquecidos e poucas vezes reclamados. Encontrei alguns meus. Uns voltaram comigo outros disseram que já não valia a pena.